quinta-feira, outubro 13, 2005

Não há um vencedor, nem um derrotado

Afinal quem foi o vencedor das eleições autárquicas do passado Domingo? No rescaldo da noite eleitoral, nenhum dos líderes dos cinco principais partidos se demonstrou descontente com os resultados. Por outro lado, todos assumiram que os resultados foram positivos para as suas hostes, ninguém admitiu ter saído derrotado ou, pelo menos, fragilizado do sufrágio.

Este dilema de quem "mais" ganhou nas autárquicas pode ser descodificado por diferentes leituras. Vejamos, o PSD alcançou o maior número de Câmaras, alargando para mais de 50 a sua vantagem para o PS, para além de ter conquistado novamente Porto e Lisboa. Porém o PS foi o partido mais votado, com mais 6% do que os social democratas. Também o PCP, que pela voz de Jerónimo de Sousa já se declarou como único vencedor, tem de ser tido em conta, aumentou quatro presidências ao seu pecúlio e conta agora com 32, crescendo também o seu número de votos.

CDS e BE terão também saído como vencedores? Os populares perderam duas Câmaras que dirigiam autonomamente, salvou-se Ponte de Lima, mas venceram em coligação com o PSD em 20 autarquias, incluindo Porto. Por sua vez, os bloquistas mantiveram Salvaterra de Magos, aumentaram o total nacional e elegeram Sá Fernandes em Lisboa.
Concluindo, todos ganharam e todos perderam, não há um único vencedor, nem um único derrotado. Porém PSD e PCP saiem mais fortalecidos do acto eleitoral, pois cumpriram e até excederam as expectativas.