quarta-feira, março 16, 2005

Árbitros da UEFA contra Mourinho

A polémica envolvendo árbitros da UEFA e o português José Mourinho, actual treinador do clube londrino Chelsea, despoletou após o recente encontro entre o Barcelona FC e Chelsea, da 1ª mão dos oitavos-de-final da liga dos campeões, arbitrado pelo sueco Anders Frisk.

Mourinho acusou Frisk de facilitar a vitória ao clube espanhol por 2-1 e no final do jogo boicotou a habitual e obrigatória conferência de imprensa, alegando que Frisk permitiu a entrada no seu balneário do treinador do Barcelona, Frank Rijkaard, durante o intervalo do jogo.
O treinador português disse ainda que Frisk ajudou o clube espanhol a inverter o resultado negativo da primeira parte do jogo (Chelsea terminara a primeira parte com a vantagem de 1-0), queixando-se sobretudo da expulsão do avançado marfinense Didier Drogba, no início do segundo tempo.

Segundo o Presidente da Comissão de Arbitragem da UEFA, o alemão Volker Roth, foram estas declarações de Mourinho que propiciaram a agressividade dos adeptos do Chelsea contra Frisk. Alegadamente esta agressividade dos adeptos do clube londrino terá culminado numa série de ameaças de morte que o árbitro veio a receber, motivo pelo qual, temendo pela vida da família, abandonou a arbitragem.

Roth vai mais longe declarando que “pessoas como Mourinho são inimigas do futebol”, e juntamente com colegas, nomeadamente o internacional suíço Urs Meier (que também terá sido alvo de várias ameaças de morte por parte dos adeptos ingleses, na altura em que decorria o Euro 2004), admite a hipótese de fazerem uma greve em solidariedade com o colega Anders Frisk.
Afirmam ser incorrecto colocar tanta pressão sobre um árbitro tal como fez Mourinho neste caso particular, e pedem à UEFA e à FIFA que passem a tomar medidas disciplinares com o intuito de proteger os árbitros de ataques deste género e evitar situações semelhantes no futuro.

José Mourinho defendeu-se declarando que “um árbitro na posição de Frisk já deveria estar habituado a críticas”, e no que diz respeito a Roth, “ou pede desculpas ou encontramo-nos em Tribunal”.

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