quarta-feira, fevereiro 16, 2005

DIÁRIO DA CAMPANHA

O dia de ontem ficou marcado pelo debate televisivo entre os 5 líderes políticos

Debate intenso e reticente quanto ao futuro político


Um debate com intensidade e confrontos, onde pontificou Santana Lopes, quer com Sócrates, quer com Louçã, mas um pouco vago em ideias e propostas, foi o que nos proporcionaram os cinco líderes com assento parlamentar.Este debate viria a ficar marcado pelo abandono precoce de Jerónimo de Sousa, que devido a uma rouquidão, não conseguiu expressar-se convenientemente, vindo-se obrigado a abandonar o debate a meio.

O debate de ontem, transmitido na RTP 1 e moderado por Judite Sousa e José Alberto Carvalho, veio solidificar as estratégias e intenções dos candidatos. Pedro Santana Lopes, apresentou-se, mais uma vez numa posição de defesa, perante os ataques de José Sócrates e Francisco Louçã, focando o abandono do PS do governo em Dezembro de 2001 e criticando a decisão de dissolução da Assembleia da República que o impediu de terminar a legislatura.

Já José Sócrates insistiu na crise económica em que o país se encontra, culpando a coligação e em especial Santana Lopes pelo aumento do desemprego, do endividamento das famílias, do decréscimo da economia nacional em relação à média europeia. Por seu lado, acabou por não apresentar propostas muto concretas, em especial na criação de emprego e na idade da reforma.

Paulo Portas, apresentou-se com uma postura muito serena, como garante da estabilidade, um partido de governo, apresentando inclusive nomes para as diversas pastas, educação, finanças, economia, saúde. Apareceu bastante confiante nas possibilidades do CDS PP e desmarcou-se ainda mais do parceiro de coligação, mantendo no entanto o acordo firmado, " acordos são para cumprir", refere Portas.

Francisco Louçã, acabou por marcar um dos momentos mais empolgantes do debate, ao apresentar um despacho público, onde apresentava a fusão de três bancos(Santander, Crédito Predial e Totta), do mesmo grupo, que beneficiou de isenção do Estado, um imposto a rondar os 2 milhões de euros. Isto surpreendeu completamente Sanatana Lopes que no intervalo aproveitou para ligar a um assessor, que lhe forneceu um caso idêntico protagonizado pelo governo de Guterrres.

Jerónimo de Sousa, foi o grande prejudicado do debate, acabou por fazer apenas duas intervenções, defendendo a indústria têxtil que está em risco de perder cerca de 75 mil trabalhadores.

Relativamente a cenário governamentais pós-eleições, o líder do PS manteve a sua recusa em falar em cenários que não seja o da maioria absoluta, desmentui também um possível acordo com Louçã e o BE, suscitado por Santana Lopes. Francisco Louçã reafirmou a intenção de não ser governo, mas admitiu "acordos políticos" com o PS.

A direita, mostrou-se disposta a cumprir o acordo entre ambos os patidos, mas Paulo Portas acabou por esconder o jogo caso tenha mais de 10% e o Partido Socialista seja o vencedor.