segunda-feira, fevereiro 14, 2005

DIÁRIO DA CAMPANHA

O ResPublica fará diáriamente o rescaldo desta última semana de campanha eleitoral

A caravana do PSD atracou ontem no Minho. Num dia intenso, com comícios em Viana do Castelo, Guimarães e Cabeceiras de Basto, os sociais democratas insistiram na valorização do cargo de Presidente da Comissão Europeia, ocupado por Durão Barroso, realçando o facto para o partido,"único partido que deu a Portugal um presidente da Comissão Europeia" e que fez com que Portugal "tivesse ganho essa corrida contra outros países europeus".

Santana Lopes atacou mais uma vez a decisão de Jorge Sampaio em dissolver a Assembleia da República, alegando pressões por parte da banca, visto ter sido o PSD a cobrar mais impostos à banca. O líder do PSD aproveitou também para espicaçar o PS, referindo que há um sistema montado para que sejam os socialistas a ganhar.

A ausência de notáveis do partido voltou a ser discutida, já em Guimarães, Luís Filipe Menezes desdramatizou a questão, afirmando que são quatro ou cinco que estão contra Santana, os mesmos que estiveram contra Pinto Balsemão e Cavaco Silva aquando das suas campanhas. O cabeça de lista por Braga acabou a sua intervenção de forma hilariante, incentivando os apoiantes presentes no comício a "declararem" uma enorme gargalhada relativamente ao pedido de maioria absoluta do PS, "vamos todos rir... Ah, ah ah!".

Foi na cidade vimaranense no comício da tarde, que se verificou o apoio mais entusiástico e emotivo a Santana Lopes e foi aqui que o ainda primeiro-ministro insistiu mais em palavras de consentimento, incitando uma vaga de apoio dos mais diversos quadrantes que consiga alterar a situação actual das sondagens, dando a vitória ao PSD no sufrágio.
BOM: Onda de apoio em Guimarães, com gritos de incentivo de vários populares.
MAU: A constante contestação de Santana Lopes à decisão de Jorge Sampaio.

José Sócrates e o PS passaram o Domingo de campanha no Porto. A tónica do discurso socialista voltou a recaír no pedido de maioria absoluta, desta vez foi o eurodeputado Francisco Assis a dar o mote. O dia foi bem menos preeenchido do que o do PSD, apenas um comício estava agendado, ao fim da tarde na praça D. João I.

Foram muitos os oradores do comício, Rosa Mota, o cabeça de lista Braga da Cruz, Carlos César, líder do governo regional dos açores, Francisco Assis, para além de Sócrates.
Assis foi o que mais implicitamente apelou à maioria absoluta, apelidou a presente campanha de"infâme" e considerou que o único objectivo de Santana Lopes é impedir a maioria absoluta do PS, pois já tem na mira a derrtota.

Carlos César, prosseguiu nas críticas a Santana e ao governo, um conjunto de trapalhadas no entender do líder açoreano. Apelou a que os continentais façam o mesmo que os açoreanos fizeram, dar a maioria absoluta ao PS para assim alcançarmos estabilidade.

Já Sócrates, realçou o apoio prestado pelos ex-líderes do partido à sua campanha, contrastando com a situação do seu rival político. Reforçou a ideia da "Esquerda Moderna", focando muitos aspectos marcadamente sociais no seu discurso, tal como a pobreza ou o desemprego. Perante a plateia, Sócrates realçou uma vez mais, a posição de um líder sério, rigoroso, mas talves demasiado mecanizado, com pouco improviso.
BOM: A presença de representantes socialistas nos discursos, todos lutando pelo objectivo da maioria.
MAU: Um discurso um pouco repetitivo, faltam argumentos novos.

O extâse do dia de campanha do CDS PP, deu-se em Lisboa, num almoço comício com mais de 3000 apoiantes, o Partido Popular voltou a emonstrar uma grande onda de apoio nas grandes cidades,depois do comício inaugural no Porto, no Palácio de Cristal, com cserca de 5000 apoiantes.Portas apelou mais uma vez ao voto dos indecisos e assentou o seu discurso no bom desempenho governativo.
Portas apresentou-se como garante de estabilidade, coerência e serenidade, pedindo aos eleitores que votem no CDS PP para pelo menos impedir a maioria absoluta dos socialistas. O cabeça de lista por Lisboa, foi mais longe, afirmando a crença no grande crescimento do CDS PP, com o objectivo de torná-lo no maior partido nacional.
Foi notório em ambos os discursos, o cada vez maior afastamento entre populares e sociais democratas, há um apelo ao eleitorado tradicionalmente favorável ao PSD. Depois do almoço em Lisboa, a caravana seguiu para a Guarda.
BOM: Multidão na FIL em Lisboa para o comício e transmisão de confiança nos discursos.
MAU: Crença um pouco exacerbada em si próprio, descurando o parceiro de coligação.

O dia de ontem da CDU decorreu no Alentejo e Ribatejo, terrenos tradicionalmente favoráveis aos comunistas. As criticas ao PS e à sua política neo liberal fizeram-se ouvir. Jerónimo de Sousa mostrou omtem toda a sua simpatia e facilidade de inserção no povo.

Depois de passar a manhã no mercado de Santarém e na Chamusca, o almoço foi em Almeirim, onde o líder comunista não coíbiu de criticar o programa do PS e em especial a questão da regionalização, proposta pelos socialistas, apenas para 2010.

Mais tarde em Beja, Jerónimo responde a António Costa que se mostrou contra uma coligação com os comunistas. O líder do PCP respondeu deixando uma questão no ar:"Seria má uma parceria em que defenderíamos uma nova política fiscal, através do combate à fraude e fuga fiscal, não da sardinha mas dessa grande rede que tem deixado passar os grandes tubarões?".
BOM: A simpatia e contacto com o povo.
MAU: Alimentar algumas propostas irrealizáveis e ultrapassadas.

A campanha do Bloco de Esquerda no Funchal, foi marcada pela polémica declaração de Paulo Portas "Portugal voltou a estar à frente do seu tempo quando não permitiu a despenalização do aborto no fim do século XX". Esta declaração suscitou a resposta de Helena Pinto, que recuso comparar a o aborto à pena de morte. Também Francisco Louçã reagiu, reafirmando que Portugal é o único país na Europa são perseguidas e julgadas.
BOM: Forte convição nas suas ideias.
MAU: Posições dissonantes de alguns dirigentes do partido.