segunda-feira, maio 23, 2005

BRG2005 - festival de música electrónica em Braga



Nos próximos dias 26, 27 e 28 de Maio irá decorrer, no Estádio Municipal de Braga, a terceira edição do Festival de Electrónica & Arte Multimédia – BRG 2005. Este evento resulta de uma colaboração de esforços entre o Departamento de Informática da Universidade do Minho e a Fundação Bracara Augusta, assim como da Câmara Municipal de Braga.

O Festival é um evento dedicado à divulgação de novos processos de criação musical e artística, com especial atenção aos novos campos da criação com recurso à tecnologia digital e pretende fomentar a formação e sensibilização de novos públicos, assim como potenciar novas práticas interventivas, de forma a produzir maiores fluxos criativos e sociais.

De uma forma lúdica e, ao mesmo tempo, didáctica, BRG 2005 convida a auditório a partilhar novas experiências, como a descoberta de outras sonoridades e de novas animações visuais fruto da tecnologia que usam. A programação deste festival contempla concertos, sessões de deejaying e intervenções visuais de criadores nacionais e estrangeiros, podemos ainda, assistir a exposições e intervenções multimédia e conferências sobre as novas tecnologias. Durante os dias do festival decorrerão workshops de criação multimédia, administrados pelo Departamento de Informática da UM.

No que respeita aos concertos, este ano, o festival, é mais ambicioso e internacional, assim esperam-se em Braga, Pierre Bastien, oriundo de Paris, que em 1977 começou a desenvolver os seus primeiros maquinismos de produção e composição musical que, em 1987, inicia a sua carreira a solo, apostando na elaboração de instalações sonoras, gravações e colaborações com outros artistas.

Da Alemanha vem Monolake A.K.A. Robert Henke, espera-se um concerto firme na música electrónica e na tecnologia, a sua arma é o sintetizador e com ela faz a criação sonoplasta das suas músicas. Robert Henke já participou em bandas sonoras e instalações. Para além da produção musical encontra-se envolvido na criação de software musical, é um dos pais do programa Ableton – Live, e fundador da editora Imbalance Computer Music.

Do México espera-se Silvério, técnico inovador, capaz de nos fazer pensar a ideia de música, anunciado pela organização como algo nunca visto no mundo da música, um verdadeiro festim. A sua primeira produção é de 2001 e as suas performances são uma lufada de ar fresco no âmbito da electrónica. Silvério define-se como um dandy, um mulherengo e considera-se o único fenómeno da indústria do entretenimento digno de interesse desde do aparecimento do Homem Elefante.

Cute Groundhog & Atm Cougar vêm França e são os TEAMTENDO,estes utilizam os pequenos Game Boy e as mais diversas máquinas como meios difusores de arte electrónica. Os brinquedos reciclam-se e explodem em ritmos dançantes. A acompanhar o som, podemos adivinhar projecção multimédia que nos transportam para o mundo virtual dos videojogos.

BRG2005 fará o reencontro dos Mecanosphere com a cidade de Braga, a banda luso-francesa formada por Adolfo Luxúria Canibal, também vocalista dos Mão Morta, e Benjamin Brejon. Os Mecanosphere contam com a participação de outros tantos músicos, artistas e colaboradores, que aceitam colaborar com a banda e colocar a sua liberdade de execução e sabedoria técnica num quadro artístico onde não existe uma fórmula predefinida. Podemos acreditar que este concerto dará um ambiente mecânico e pós-industrial ao festival.

A anteceder o concerto de Mecanosphere, Tatsumaki + Edgar Pêra apresentam “Stadium” (em cineconcerto), um filme sobre a arquitectura do Estádio Municipal de Braga, realizado por Edgar Pêra e musicado ao vivo pelo bracarense Tatsumaki, que é o projecto a solo de Marco Pereira, em formato “One Man Show”. É música feita a partir de Vocoder, sintetizadores, caixas de ritmos e guitarra. Marco Pereira tem vindo desde meados dos anos 80 a participar em diversas actividades dentro da área da electrónica e alternativa.

Como é um festival dedicado às artes electrónicas, todas as noites serão animadas por dj’s. O BRG2005 é um festival com inovador e transdisciplinar que agradará a espectadores menos habituados às lides electrónicas.


Fonte:
BRG2005

terça-feira, maio 03, 2005

New Order … pop antigo

Dizemos de algumas bandas que estão mais maduras, mais convictas daquilo que querem dizer, que têm um estilo mais definido.

Este tipo de observações não se aplica aos New Order. Neste ultimo álbum, WAITING FOR THE SIREN'S CALL, a banda parece cada vez mais nova, mais fresca, apesar dos quase 25 anos de existência.

Os New Order nasceram das cinzas dos Joy Division, depois da morte de Ian Curtis, e tornaram-se numa das bandas mais notáveis da geração de 80. Formada por Bernard Sumner, Peter Hook, Stephen Morris (ex Joy Division) e Gillian Gilbert que se veio a juntar aos restantes elementos.

O primeiro álbum, Movement (1981), ainda está próximo da sonoridade urbano-depressiva dos Joy Division, mas quando, em 1982, o grupo se desloca a Nova Iorque e toma contacto com a nova música de dança electrónica, criam um traço próprio, distinto do som de Manchester, os New Order ganham visibilidade com Power Corruption And Lies (1983), a segui vieram Low Life (1985), Brotherhood (1986), Substance (1987), Technique (1989), Peel Sessions (1990) e Republic em 1993.

Depois de uma carreira bem sucedida nos anos 80 e de ligeira escorregadela no início de 90, separaram-se em 1993, dando origem a outras bandas como os Electronic, Revenge, Monaco ou The Other Two. Voltam a reunirem-se novamente em 1998 para um concerto. Como gostaram, voltam-se a juntar, reúnem alguns produtores de referência na história recente da pop britânica como John Leckie, Stephen Street e Stuart Price, e editam um álbum de originais em 2001, Get ready, que inclui músicas tão notáveis como Crystal ou Turn My Way.

Os New Order regressam agora com Waiting For The Siren's Call, menos preocupados em mostrarem o que foram e menos obcecados com a idade, decididamente mais próximo da herança pop do grupo nos seus melhores álbuns.

É um álbum feito por canções de um universo pop simples, canções que embora sejam novas já parecem estar nas nossas cabeças há muito. Os New Order nas 11 músicas deste novo álbum não trazem nada de novo, ou imprevisto, trazem é uma boa coerência com o passado, canções mais agarradas à guitarra e ao baixo, um som menos electrónico, mas dançavel na mesma.

De resto, a banda estará em Portugal, pela primeira vez, a 28 de Maio para o no Festival Super Bock, realizará no Parque Tejo, junto ao Parque das Nações, à entrada de Lisboa. Para este mesmo dia estão marcados concertos de Moby, Black Eyed Peas, The Hives e Turbonegro.


Fonte:

New Order
Agência Lusa