Esta sondagem, todavia, revela um grande número de indecisos, cerca de um terço de eleitores, o que poderá vir a ser significativo para a decisão final do sufrágio. Contudo, esta previsão demonstra uma subida do PS e uma queda do PSD, relativamente às sondagens publicadas logo após a dissolução da Assembleia da República. Na altura, o PS aparecia com cerca de 42% da intenção de voto, contra cerca de 33% do PSD. Isto revela uma tendência de queda do PSD e subida, ainda que, moderada do PS, à medida que se apróxima o acto eleitoral.
De realçar a ascenção "meteórica" do Bloco de Esquerda, que aparece com uns notáveis 8%, dobrando desta forma a votação das últimas legislativas. O BE aparece como o terceiro partido mais votado juntamente com o PCP. Sendo a tendência de subida do bloco, facto também aliado ao cada vez mais "carismático" Francisco Louçã, o qual aparece na sondagem da Universidade Católica como o segundo candidato a primeiro-ministro preferido dos portugueses, apenas destornado pelo candidato socialista, José Sócrates.
O CDS/PP, segundo a sondagem realizada parece ficar muito aquém dos prognósticos e expectativas de Paulo Portas, que cifrava a sua meta nos 10% e assumindo o objectivo de recolher mais votos do que BE e PCP juntos. Já o PND, parece ainda, não ser desta feita que elegerá Manuel Monteiro como deputado.
As grandes dúvidas colocam-se agora, relativamente, ao sentido de voto dos indecisos e dos abstencionistas. Segundo especialistas na interpretação de sondagens e intenção de voto, uma maior abstenção poderá ser mais prejudicial ao PS, pois poderá invalidar uma maioria absoluta.
Quanto aos muitos indecisos, a tendência de voto tenderá mais para o PS e em alguns casos para uma "alternativa", onde o Bloco de Esquerda aparece como a mais bem posicionada.